segunda-feira, agosto 31, 2009

a janela


Scattered Crowd (i)
Originally uploaded by Pneumococcus

Passamos a vida preocupados com as formas do nosso próprio umbigo:

a primeira vez que respira no momento exacto em que decidimos nascer;
a dor deliciosa dos nossos excessos de chocolate;
a força com que se comprime quando o coração aperta;
as tonalidades que mostra naquelas tardes de verão á beira-mar;
a indisposição domingueira depois de uma noite com amigos;
os toques familiares de uma outra mão estranha;
os tamanhos diferentes;
as rugas;
as cicatrizes;
o frio;
e o calor...

cuidamos. guardamos. protegemos. aquecemos. sempre o nosso umbigo.

e num instante de rebeldia, viramos os olhos para a janela....

.... está a chover lá fora.

domingo, agosto 30, 2009

Soundtrack


Não importa o número de vezes que te ensine a sentir as pulsações da música para entrares no momento certo.



nem que seja só por birra...



... vais sempre entrar no tempo errado.




Como me irrita a tua falta de musicalidade!






foto extraída de: http://www.flickr.com/photos/brainfg/299955013/

sábado, agosto 29, 2009

bett : universum


westwood/chanel masquerade
Originally uploaded by Mademoiselle Molly Fryxell

alleine.
ich schenke dir meine einsamkeit und sehe dabei wie du verzweifelt damit umgehst. ich frage mich wer du bist, wohin du willst, woher du kommst.

ich zögere.

und rauche.

und trinke.



Wenn du meine einsamkeit schon hast, mir bleibt nur die übelkeit übrig.

quarta-feira, agosto 26, 2009

Quando a lua se esqueceu de cobrir o sol


Nunca pedias licença para entrar. Arrebatavas a porta, largavas os pudores do lado de fora e recostavas-te na minha nudez. Gozavamos noite e as estrelas entre copos de vinho tinto e cinzas dos cigarros fumados para evitar as palavras. Tu nessa tua leveza de espírito que tão depressa te traz como te leva... e eu na esperança última que sol se esquecesse de nascer. Nesse silêncio nublado e extasiado, roubavas-me a postura e escondias-me debaixo do teu corpo, do teu suor, dos teus suspiros. Levavas-me a conhecer esses cantos da tua casa e eu ía abrindo as minhas portas para entrares. Fomos sempre poupando demasiado nas palavras para ganhar mais nos cheiros e nos sabores.

Dormíamos.

O sol trazia o esquecimento. Na manhã seguinte eras de novo o estranho que invadiu o meu castelo e o silêncio familiar tornava-se íncomodo.

Agora reconheço... não é o sol que sofre de amnésia. Mas sim a lua.

segunda-feira, agosto 24, 2009

choked on a butterfly


and so it ends our story. it ends on the beginning. because the beginning is always something else's end. and sometimes there is no need to start it all over again.

she lay there. and if life would allow her a feeling... it would be happiness. No one really know who she was, where she came from... everyone knew her name because that's what you give when you want to have the chance to met others. but others never met her. she laughed, she cried, she jumped and she walked like everyone else....






.... and then she died. Some say she choked on a butterfly.

domingo, agosto 23, 2009

rehab...







Would you mind picking me up now?


It is cold in here and i'm feeling dirty and uncomfortable.

quarta-feira, agosto 19, 2009


Fossem coisas e não sentimentos aquilo que buscamos nas nossas buscas e aventuras eternas...podiamos encher as palmas das nossas mãos em vez do coração.

Procuro-te aqui e ali na certeza de que nunca te vou encontrar por inteiro em nenhum outro lugar que não seja este nosso. Mas os meus pés não me deixam parar. Encontro clones falhados de pedaços teus, em formas diferentes das tuas, com cheiros distintos, sabores desconhecidos... e se me vou deixando ficar por esses outros sítios não é por conformismo mas por puro cansaço. Ás vezes é necessário parar por um momento... independemente do lugar, sem olhar ás circunstâncias.

Quando volto áquele nosso lugar vazio... exausta da caminhada trago nos bolsos poeiras incómodas do chão que pisei. Abro a janela para as deitar fora.

Amanhã hei-de ir buscá-las outra vez...

segunda-feira, agosto 17, 2009

Die erzählung des braven schmetterlinges


Es war einmal ein ganz ganz klein und dichtes land. Es war ein land mit grenzen aus glas und dort haben viele schmetterlinge gewohnt. Die zeit aber malte gnadenlos die schöne glaswänder tag und nacht mit staub. So schnell haben auch die glückliche schmetterlinge auch vergessen wie die ausserwelt war.
Eines tages hörten sie eine stimme. Eine stimme, die über die unsichtbare welt erzählt hat. Sie hat erzählt und erzählt und erzählt. Unsere Schmetterlinge waren soooo glücklich, dass sie die ganze nacht geflogen sind, ohne schlaf zu finden. Am nächsten tag kam die stimme aber nicht. Und am zweiten tag auch nicht. Die traurige Schmetterlinge sind aus Angst krank geworden.

"Wo ist sie hin?" - fragte eine.
"Kommt sie irgendwann mal wieder?" - zweifelt der andere.

Sie fragten sich ob die stimme wirklich existiert oder ob sie vielleicht nicht alle nur davon geträumt haben. Vielleicht war sie nur einen schönen traum gewesen.

Viele nächte und viele tage später kam die stimme aber wieder. Aber doch die angst hatte ihre arbeit schon erledigt und die schwache schmetterlinge glaubte die erzählungen der stimme nicht mehr.

Plötzlich aus der stille der schmetterlinge kam einen kleinen braven schmetterling, der schüchtern sagte: "schickst du mir ein bild von deiner welt? wenn sie wirklich so schön ist, vielleicht komme ich nächstes mal mit..."

Was die geheimnisvolle stimme darauf antwortete haben sie mir leider nicht erzählt. Manchmal ist die zeit auch ganz böse und behielt das ende der schönen geschichte eines braven schmetterlinges nur für sich.