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Nunca pedias licença para entrar. Arrebatavas a porta, largavas os pudores do lado de fora e recostavas-te na minha nudez. Gozavamos noite e as estrelas entre copos de vinho tinto e cinzas dos cigarros fumados para evitar as palavras. Tu nessa tua leveza de espírito que tão depressa te traz como te leva... e eu na esperança última que sol se esquecesse de nascer. Nesse silêncio nublado e extasiado, roubavas-me a postura e escondias-me debaixo do teu corpo, do teu suor, dos teus suspiros. Levavas-me a conhecer esses cantos da tua casa e eu ía abrindo as minhas portas para entrares. Fomos sempre poupando demasiado nas palavras para ganhar mais nos cheiros e nos sabores.
Dormíamos.
O sol trazia o esquecimento. Na manhã seguinte eras de novo o estranho que invadiu o meu castelo e o silêncio familiar tornava-se íncomodo.
Agora reconheço... não é o sol que sofre de amnésia. Mas sim a lua.
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