quinta-feira, janeiro 24, 2008

Alter Ego

"This is the image from which he was born. (...) characters are not like people, of woman: they are born of a situation, a sentence, a metaphor containing in a nutshell a basic human possibility the the author thinks no one else has discovered or said something else essential about.
But isn't true that an author can write only about himself?
Staring impotently across a courtyard, at a loss for what to do; hearing the pertinacious rumbling of one's own stomach during a moment of love; betrying, yet lacking the will to abandon the glamorous path of betrayal; raising one's fist with the crowds in the Grand March; displaying one's wit before hidden microphones. (...) The characters in my novels are my own unrealized possibilities. That's why I am equally fond of all of them and equally horrified by them. Each one has crossed a border that I myself have circumvented. It is that crossed border which attracts me the most. For beyond that border begins the secret the novel asks about. The novel is not the author's confession: it is an investigation of human life in the trap the world has become. "


Milan Kundera, The unbearable lightness of being

sexta-feira, janeiro 18, 2008

As paredes

As paredes à volta do meu coração não se parecem às de uma casa. As paredes que o limitam são brancas e não guardam recordações de histórias anteriores que gosto de recordar. As paredes que rodeiam o meu coração não têm janelas, nem portas. As paredes são brancas e na sua candidez posso pintar reflexos do que eu sei que se escondem depois delas.


As paredes à volta do meu coração fui eu que as construí. E o cansaço não me deixa agora deitá-las abaixo e eu já não gosto daquilo que pintei.


As paredes à volta do meu coração são muros.

sábado, janeiro 12, 2008

Kannst du die Musik spüren?



Em alemao "spüren" significa sentir. Mas nao se trata de um sentir qualquer. A língua portuguesa tem uma certa ambiguidade, por vezes bastante, vulnerável. Em português tudo se sente. Sente-se o cheiro. Sente-se o sabor. Sente-se a música. Sente-se o vento. Sente-se o metal frio das chaves que abrem a porta de casa.

Voltemos ao "spüren". Sim, "spüren" significar sentir. Mas nao se trata de um sentir ambíguo(como o nosso!), "spüren" significa sentir algo com as maos, com o corpo. "Spüren" é o sentimento que fica depois do toque, seja ele leve ou intenso, frio ou quente, carinhoso ou agressivo. E agora a pergunta do meu título é: Consegues "sentir" a música?

Deita-te no chao de barriga para baixo. Fecha os olhos. Deixa a música tocar bem alto.

Spürst du das?

inspirado no filme de Carline Link, Jenseits der Stille, no qual a música tem de entrar no coracao sem utilizar os ouvidos.

quinta-feira, janeiro 10, 2008

quarta-feira, janeiro 09, 2008

Don't think



"I keep trying", she says.

"Are you getting somewhere?"
"Nowhere."
Stop. Don't think. React. Life can be a jungle without thinking....and maybe you might like it that way.