quarta-feira, setembro 21, 2011

Heim . V



O corpo já não pede, o corpo já nã fala. Vai ficando assim, como que desfalecido em posição de vida para que ninguém se dê conta. Para que ninguém se dê conta de uma inércia contagiosa que vai contaminando aos poucos cada célula orgânica e quiçá também inorgânica. É teimoso esse corpo estranho... vai ignorando, relativizando os sintomas e os sinais. O corpo vai-se agarrando, por força de uma circunstância desconhecida mas por certo existente, às coisas e aos lugares, aos compromissos e ás pessoas... inventa o amor, a amizade, semeia responsabilidades e contratos se não físicos pelo menos então mentais. Tudo para ficar na posição correcta das coordenadas da vida que foi assumindo como sua.

O corpo já não deseja. O corpo espera. Vai esperando assim.

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