domingo, setembro 21, 2008

Os Amantes

"Tenho medo que a liberdade se torne um vício." (Miguel Sousa Tavares, Rio das Flores) Os amantes amam por amor. Não o querer, o fazer, o ter.... mas a magia que se esconde por trás do objecto. Os momentos intensos de desejo, de sonho e de tortura e dor que antecedem a posse... onde tudo se desvanece. O amante é insaciável e a sua fome é aquilo que o define. A fome de amor é a essência do amante. E ele reconhece-o. Reconhece-o com prazer, com dor, com alegria e com tristeza.
O amante busca a utopia inalcançável.... O amante busca as pedras no caminho e não o banho quente no fim de uma caminhada. Quando um caminho termina... abre-se um novo, mais íngreme, mais difícil.. para tornar a busca interminável ainda mais desejada, ainda mais essencial....

O amante busca - consciente da sua derrota - tudo aquilo que os outros não ousam procurar... a eterna sensação de novidade, a eterna sensação de liberdade.

Vício? Talvez.... Acende mais um cigarro, o nosso amante errante... em busca de novos caminhos, novos desafios, novas paradas. Vício? Sim, com certeza... amar é um vício eterno, é o vício da sobrevivência. O cigarro apagou e o corpo pede mais... ele não pode recusar. Sim. A liberdade é o vício do amante... Liberdade é o nome que se dá ao mundo onde habita o Amor.

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