terça-feira, agosto 21, 2007

O mundo sem olhos

Há noites como esta. Noites em que o mundo parece demasiado grande para a nossa pequenez. Noites nas quais apetece fechar os olhos e, de repente, o mundo não passa daquele sítio onde nos sentimos mais ou menos em casa.
Sem notar, ao som da música, estamos de olhos fechados e o vento que sopra do lado de fora é aquela mão que nos acaricia o cabelo antes de adormecer. O sorriso daques que amamos sabe (mesmo estando tão longe dela) à maresia de uma manhã de Verão. E então descobrimos que os olhos são o desvio da alma. São eles que nos distraem do toque da voz daqueles que nos rodeiam. De olhos fechados aprendemos a sentir o cheiro de um abraço no momento certo - cheira a jardim regado pela chuva fria numa noite de inverno.

De olhos abertos o mundo é mais impiedoso.
De olhos abertos o mundo mostra-nos a insipidez de um sorriso, a rigidez de um abraço. O cheiro, o toque o sabor desvanecem sem aviso prévio.


De olhos abertos o mundo tem jardins de pedra e as pessoas sâo estátuas igualmente imóveis.

De olhos abertos o mundo não passa do mundo que tão bem conhecemos.

1 comentário:

alesasa disse...

Vania :) meine Freundin. Jeder von uns verdient es, sich in seiner Welt wohl und zu Hause zu fühlen. Schließe deine Augen so oft du es brauchst und öffne sie wieder, um uns deine schöne Welt zu zeigen.

beijinhos