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Que música escutas tão atentamente
que não dás por mim?
Que bosque, ou rio, ou mar?
Ou é dentro de ti
que tudo canta ainda?
Queria falar contigo,
dizer-te apenas que estou aqui,
mas tenho medo,
medo que toda a música cesse
e tu não possas mais olhar as rosas.
Medo de quebrar o fio
com que teces os dias sem memória.
Com que palavras
ou beijos ou lágrimas
se acordam os mortos sem os ferir,
sem os trazer a esta espuma negra
onde corpos e corpos se repetem,
parcimoniosamente, no meio de sombras?
Deixa-te estar assim,ó cheia de doçura,
sentada, olhando as rosas,
e tão alheia
que nem dás por mim.
Ás vezes é bom estar presente na vida dos outros sem o estar efectivamente. Escutá-la de fora como se nao fossemos mais do que ouvintes de uma sinfonia que nos fascina. O corpo das pessoas que amamos é uma pauta pura e a sua vida e forma sao as notas que a enfeitam...
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